
A borboleta azul era um tipo imponente, gostava de ser livre e de voar para onde queria e quando queria. Voava alto, queria voar cada vez mais alto e adorava enxergar o mundo do alto.
A borboleta branca ao contrário, gostava de voar acompanhada e de cuidar de outras borboletas. Voava baixo, sempre baixo pois a altura não lhe importava, a distância do vôo era mais importante do que a altura.
O que as duas borboletas não sabiam era que genéticamente havia uma grande diferença entre elas. A azul, conseguia voar mais alto, pois não tinha coração, Isto a fazia mais leve e querer sempre atingir espaços mais altos. A branca por sua vez, tinha que carregar o peso de seu coração. Voava baixo, rente ao chão, não conseguia subir pois seu coração a impedia de fazer tentativas que estavam ligadas a estar livre do peso excedente.
O que a borboleta azul desconsiderava era que a borboleta branca sempre fora apaixonado por ela. Quando se cruzavam, a branca tentava alcançar a azul, mas a falta de coração sempre fazia com que a azul se distanciasse e voasse para onde sempre quis. Para o alto e para longe. Passava-se o tempo e as duas voltavam a se cruzar e as azul cada vez mais alta e mais longe. A branca tentava, tentava, tentava alcançar a azul mas esta, de sua altura, cada vez mais não percebia a branca à sua volta.
Um dia, a distância entre as duas ficou grande demais. A branca desistiu de tentar alcançar a azul, desistiu de tentar e não ser vista. Desistiu de se mostrar e não ser percebida. Desistiu de querer mostrar que seu branco era mais puro que das outras borboletas que voavam mais alto. Desistiu de fazer seus belos belos vôos razantes, de mostrar que voava na direção da outra por amor, de querer convencer a azul a descer um pouco da altura, de fazer com que a azul percebesse tudo de bom que esta tinha, e deixou a borboleta azul sumir em seu horizonte alto e egoísta.
Sozinha e tentando voar cada vez mais alto, a azul foi sumindo e envelhecendo sozinha, lá no alto, tentando sempre subir e subir. Até que um belo dia, pensando que estava voando muito alto, sem saber que suas forças já não eram as mesmas, voava no meio das nuvens que encobriam sua visão, bateu em uma grande árvore e caiu lá de cima. Estatelou-se no chão, sozinha e sem ninguém para acudir.
A borboleta branca também já bem velhinha, admirou-se de ver a azul abaixo, caída e batendo suas asas num último momento de vida. Ainda tentou descer e ajudar a azul, mas chegou tarde e a azul não tinha mais forças para resistir.
A borboleta branca seguiu seu caminho, voando baixo e levando consigo o peso do seu coração que sempre fez com que as duas nunca pudessem voar juntas.
Moral da estória:
Aqueles que não tem coração, conseguem ter a frieza necessária para voar mais alto pois não sentem remorsos em desprezar os que ficam abaixo e para trás, mas sem perceber, os insensíveis e egoístas acabam sendo vítimas da própria cegueira e um dia acabam esbarrando em algo que irá devolvê-los ao chão, e neste momento, ninguém mais poderá ajudá-los.
Nenhum comentário:
Postar um comentário