
Está quente
Muito calor
A testa molhada
Suor sob o nariz
No peito, água que brilha
Na penumbra refletida
Ambiente aquecido
Ruídos ofegantes
Movimentos constantes
Corações palpitantes
Aumentam o calor
Fica muito mais quente
Fronhas e lençóis molhados
Calor absorvido
Fricção sentida
Suores espalhados
Corpos estampados
Está ainda mais quente
Muito mais calor
Temperatura alta
Gemidos em volta
Encosta e separa
Puxa e solta
Sincronizado vai e vem
A pressão aumenta
Batimentos aceleram
A carne exala
Está esquentando demais
Muito mais do que antes
Dedos não separam
Palma da mão que percorre
Um junta que aperta
Suores se encontrando
De cima para baixo
Gotas que caem
Formando novos suores
Frentes e costas
Inversas e juntas
Apoios e apoiados
Um acelera intenso
Para um intenso que explode
De um molhado afora
Para um úmido adentro
Um quente que fica
Outro tanto que sai
Algo que aperta
Firma o que expande
Leito que range
Pelo peso dobrado
Absorve calor exalado
O momento calado
Serve de abrigo
Para corpos cansados
Um pós relaxado
Momentos quentes
Com muito calor
Muito quente
Um quente gostoso
Em todo lugar
Texto e foto: Orley
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirCompartilho com você algo de mim mesma (das minhas muitas faces imperfeitas):
ResponderExcluirAUSÊNCIA E LUAR
Da ausência,
clarão da lua,
na abóboda nua - cidade,
o que dizer,
se nem é verdade?
Restéas de luz sob a praia,
suave raio de prata,
que lamento a tí fazer?
Calma imensidão - cego tormento...
como elevar aos céus meu lamento,
se a dor é fruto da terra
e a lua é só prá brilhar?
Inútil, vã agonia,
se a face da lua cheia,
não sabe sorrir ou chorar...
Plácido satélite inerte,
esfera de luz tão branca,
porque a ti vou rogar?
Antes sentir-te,
vazia ilusão de encanto...
Já que não escutas meu pranto,
nem sabes do meu sonhar!
Leonea
ResponderExcluirMuito sensível tua escrita. Deixe sempre estes comentários que enriquecerão meu blog e darão luz a minha vida.
vanorley
Linda as fotos do teu blog,quesito viagens! Vc capta com sensibilidade o que está alí, jogado, desprezado a um mero olhar que não saboreia verdadeiramente o que vê.
ResponderExcluirSou também assim, meio flâneur, visitando vitrines de vida não vistas. Passeio minha solidão pelas ruas, mas não a lamento...sei que um dia terei a desejada companhia além de mim mesma.
A pedidos de um distinto Cavalheiro,de nome Orley, seguem alguns rememendos desta pequena poeta:
ResponderExcluirESFÍNGE
Assim, difusa,
à meia-luz, meio-tom,
semi-nua,
à luz do abat-jour (art-déco),
onde te achar, se tu TE ECLIPSAS?
Assim,confusa,
quase obscura, à luz do dia,
como sonhar-te, se TE RECUSAS?
Assim desmaiada, tonta de dor,
esquecida...
como esperar-te, se por dias e noites,
tu NEM ME FITAS?
Assim, trêmula de medo,
frágil pretexto aos teus desejos,
como dizer-te do tesão que almejo,
se de dia me queres,
e à noite ÉS PEJO?
Assim, reticente,
meu amor abandonado,
enquanto minha carne ainda te clama, quente,
como hei de chamá-lo?
Assim,palavras ocas,ao léu e dispersas,
como dizer-te do amor,
que me incendeia as veias,
enquanto o tempo passa e a mim,
NUNCA te apressas?
Gosto de observar a simplicidade das coisas e pessoas. Talvez por eu ser mais intensa e ter muita sensibilidade (até sem querer). É uma reflexão sobre a:
ResponderExcluirPLACIDEZ
Feliz aquele ser,
que sem soluços,
nada espera e sempre alcança.
Que de dia - sem sobressalto,
Assume toda a consequência,
de alguma inconsequência.
Nada quer - sempre consegue.
Que de noite - vazia a cama de prazeres,
nem sonha querer um dia,
E sonha sonhos calmos...
Ou nada sonha e assim vive.
Igual os dias;pela frente,segue.
Não se espanta com a morte,
Não lamenta a perda.
E quando o céu, azul a pino,
desponta como poesia aos meus olhos....
Ele não fica feliz nem triste.
Anda,além de minhas agruras,
saciando a fome,
matando a sede.
E é feliz (eu diria),
e nem o diz...
Nem se sabia: FELIZ!
Só prá terminar por hoje (vai me dando linha,viu,moço!), segue mais um pouquinho da Sandra caipirinha de Andradina-SP (perdí o sotaque; que pena!), cuja mãe, Professorinha interiorana, com a idéia fixa de mudar prá São Paulo, para dar melhores oportunidades aos dois filhos, nos fazia mudar constantemente de cidade (ví muito trem, muita estrada até 14 anos de idade):
ResponderExcluirESTAÇÕES
Em cada parada de meu trem de vida,
sinais tortos e desvios a cada despedida
(nem alento trazia-me o vento da partida)
Em cada trecho das estradas por que sigo,
como se fora eu destino de ir sempre,
atrás de um erro que persigo,
fiquei sem resposta,na verdade,
ao eixo de algum traço ao qual me ligo
(e nem sempre trouxe na bagagem o amor comigo)
Em cada vertente de rio em que navego,
a solidão é o remo ao qual me apego
(e qual barco soçobrado...é a angústia que carrego).
Em cada ponte,não há volta,
não há lembrança ou laço de fita,
e por vezes,
só o descaso informe da revolta
(que por caminhos e descaminhos, a sorte má do desprazer me solta...)
Tenha uma linda noite....que em teus sonhos se faça a magia e o encanto que te falta de dia.
ResponderExcluirBeijo da Sandra